terça-feira, 3 de dezembro de 2013

QUIXOTE






HOMEM DE BARRO,
por João Maria Ludugero

Não é só de manjar ou de cubar,
Onde ele chega tudo ganha forma,
Traz essa pureza desde a infância. 
Tudo é medida, ritmo, concordância,
Tudo é espairecer em séria pujança,
Vasto e claro: desde a noite e o escuro.

E assim nem o vento é dissonância,
Mas há claridade de sol e de futuro
De perto ou longe gira esperança
Desde a mira do aço em cálculo
A se levantar nesse bonito muro,
Depois de tantos sóis amar-elos
Depois de tantas luas em sol/aradas!

É o Homem, ao ensejo de tal engenho
Dentro das estripulias com desembaraço,
Com suas mãos arteiras, sal, mel e capricho
A utilizar moldura ao consentido bel-prazer sem estio.
Não é tarde, porém: sacode e dá forma ao barro,
Sem a descompostura da lida em alvoroço.
Depois ergue o facho, levanta a Deus a chama
E recomeça aonde a arte acaba de nascer com estilo.

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